Crítica: “Twisters”

Os chamados filmes-catástrofe atraem o público. Não é difícil enumerar várias cenas que entraram para a história do entretenimento e que fazem parte deste tipo de produção. E, é provável que entre as mais lembradas, esteja uma vista em “Twister” – título de 1996, estrelado pro Bill Paxton e Helen Hunt: a da vaca “voando”, enquanto é levada por um tornado.

Quase trinta anos depois, uma espécie de sequência do longa – que segue ativo no imaginário dos fãs – chega aos cinemas. Sob a direção de Lee Isaac Chung, “Twisters” (Twisters) não faz nenhuma alusão explícita ao antecessor noventista – embora tenha alguns acenos a respeito, e assim como ele, mostre imensa capacidade de prender a atenção dos espectadores, desde os primeiros minutos.

A trama passada em Oklahoma nos apresenta Kate Cooper (Daisy Edgar-Jones), jovem estudante que, ao lado de amigos de colégio, pretende colocar em prática estudos referentes à possibilidade de controlar tornados. Porém, se na teoria tudo parece viável, a prática é bem diferente, o que leva parte dos integrantes do grupo a óbito, durante um experimento em campo.

Cinco anos e um trauma depois, a protagonista, embora tenha desistido de suas ambições de colégio e de estar frente aos ventos incontroláveis, segue interessada no tema, o que a faz trabalhar no Serviço de Meteorologia de Nova York. E é nesse local que será procurada pelo outro sobrevivente do acidente, Javier Rivera (Anthony Ramos).

Afirmando ser viável realizar um escaneamento tridimensional dos tornados, o rapaz consegue convencê-la a voltar para o cenário inicial, por um curto período, a fim de fazer estudos que poderiam ajudar a prever o quão devastadores seriam os efeitos das passagens dos ventos por lugares habitados.

Contudo, se há pessoas dedicadas ao lado científico do problema, também há quem encare tudo como uma nova oportunidade de ganhar seguidores nas redes sociais. É o caso de Tyler Owens (Glen Powell), conhecido como “Laçador de Tornados”.

Ao divulgar vídeos feitos em uma assustadora proximidade dos ventos, o youtuber alcança fama o suficiente para tornar-se, ao mesmo tempo, relevante aos fãs e detestável diante dos demais cientistas. Além de ser um excelente vendedor de souvenirs personalizados.

Tudo estabelecido para dar andamento a algo previsível. Mas, a boa notícia é que o roteiro de Mark L. Smith (com base na história de Joseph Kosinski) surpreende ao entregar importantes reviravoltas, que, no meio de tanto caos, ainda servem para gerar boas ponderações.

É claro que os maiores destaques em tela são as sequências envolvendo os fenômenos meteorológicos. A fúria da natureza é generosamente representada através do ótimo trabalho de fotografia de Dan Mindell e de um uso excepcional do CGI, atingindo uma escala ainda mais impressionante quando contemplada em IMAX.

Do lado humano, o trio visto no pôster oficial (Daisy Edgar Jones, Glen Powell e Anthony Ramos) acrescenta qualidade à narrativa e prova que boas escolhas de elenco – tanto de protagonistas, quanto de coadjuvantes – fazem toda a diferença no resultado de uma obra.

Para completar, “Twisters” tem uma das melhores frases do ano, até aqui: “Você não enfrenta os seus medos. Você os controla”.

Corra para os cinemas.

por Angela Debellis

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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