Independente de qualquer fator relacionado à religião, não parece ser absurdo afirmar que a história de Jesus Cristo é uma das mais conhecidas no que tange a esse assunto. São inúmeras as produções nas mais diversas mídias que têm como tema central sua trajetória.
Em comemoração às festividades da Páscoa, a rede de cinemas Cinépolis traz às telonas, com exclusividade, mais uma versão da atemporal narrativa: “Jesus de Nazaré – O Filho de Deus”(Jesús de Nazareth), produção espanhola dirigida por Rafa Lara.
Como é de praxe nos títulos dedicados ao tema, as principais passagens relatadas na Bíblia se fazem presentes: do Batismo realizado por João Batista (Mario Cimarro) ao período de quarenta dias e quarenta noites de Cristo (Julián Gil) sendo tentado no deserto por Satanás. Do primeiro milagre praticado durante as Bodas de Caná, a pedido de sua mãe Maria (Mayrin Villanueva) à traição de Judas Iscariotes (Santiago Ramundo) – esta que resulta na crucificação e posterior ressurreição / ascensão de Jesus.
Somos conduzidos pelos fatos através de uma bem executada locução – no Brasil, as cópias serão disponibilizadas apenas na versão em português, mas a boa notícia é que o trabalho de dublagem em nada prejudica a experiência. Tal opção pelo uso de um narrador faz com que a obra ganhe ares de um pequeno “documentário” (mesmo que seu conteúdo possa ser questionado por muitas pessoas ainda nos dias de hoje), que consegue fazer um resumo coerente e acessível.
Destaque para o roteiro de Edui Tuerina Chapaque que tem inserido em seus diálogos trechos cujas palavras são facilmente reconhecidas por quem conhece o conteúdo impresso na Bíblia ou já tenha participado de alguma missa presencial. A sequência que mostra a Última Ceia remete praticamente em sua totalidade ao momento da Eucaristia celebrado nas igrejas católicas.
Os pontos negativos ficam para o fato de haver certa estranheza na decisão visual de Satanás, que surge com uma maquiagem pouco inspirada para uma produção que consegue acertar em quase todos seus principais elementos, mas que também erra ao contar com um figurino que parece imaculado demais para uma trama passada basicamente em cenários desérticos e com a poeira como uma constante na vida dos habitantes do local.
É claro que esta é uma boa opção apenas para quem vê na história de Jesus algo inspirador – seja sob o prisma que for, não importando doutrina ou até mesmo a ausência de uma. Embora não seja portador de nenhuma novidade – nem haveria como -, o longa cumpre bem o papel de contar, mais uma vez, tão conhecida história.
por Angela Debellis
*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.
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