Crítica: O Pintassilgo

“O Pintassilgo” (The Goldfinch) dirigido por John Crowley, conta a história de Theodore Decker (Oakes Fegley/Ansel Elgort), um garoto cuja mãe faleceu em uma explosão terrorista no Metropolitan Museum of Art, em Nova York. Entre os escombros, está um desconhecido que o convence a levar consigo um quadro que estava exposto. Durante anos, o menino se manteve apegado ao único objeto que estabelecia uma conexão com sua mãe: a pintura de um pássaro acorrentado ao poleiro.

Para aqueles que não conhecem, o longa é uma adaptação do best-seller escrito por Donna Tartt em 2014, seu livro possui mais de 700 páginas, portanto, seria praticamente impossível produzir um filme que destacasse todos os detalhes contidos na história. Entretanto, o drama desempenhou seu papel de forma genuína.

O longa se sustenta em duas linhas temporais: em uma temos Theo quando criança (Oakes Fegley), e na outra ele já se encontra adulto (Ansel Elgort). Ambas relacionam muito bem o impacto de seu trauma de acordo com as fases vividas pelo personagem. Durante a infância, seu desejo é se encaixar em uma vida que está sendo reconstruída, quando mais velho, ele é tomado pelo vazio das memórias que o impedem de se perdoar.

Apesar das altas doses de drama contidas em algumas cenas, certos personagens conseguem trazer uma harmonização à história. Ao mudar-se para o deserto, Theo conhece Boris (Finn Wolfhard), um garoto tão solitário quanto ele, e que vive à sua maneira. A amizade entre os dois ganha força, e juntos vivem momentos que remetem a uma fase antecipada da adolescência rebelde.

A proposta de “O Pintassilgo”  como uma produção cinematográfica foi bem arriscada, já que existem muitos detalhes importantes que levam tempo para se desenvolver na história, porém, particularmente acredito que a produção realizou uma obra impecável. Cada detalhe contribuiu para que houvesse a junção perfeita do que deveria ser transmitido.

É um filme emocionante e com uma lição de vida valiosa, que nos ensina principalmente a exercermos o perdão com nós mesmos, e que existem coisas que podem fugir do nosso controle, e tudo bem, nem sempre podemos mudar o nosso passado, mas podemos conviver com isso e seguir em frente.

por Victória Profirio – especial para Expressão On Line

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