Crítica: Crime Sem Saída

Um clima nublado e um tanto misterioso se faz presente desde o início de “Crime Sem Saída” (21 Bridges), que traz consigo o peso de uma grande produção cinematográfica.

Dirigido pelo irlandês Brian Kirk, produzido pelos irmãos Anthony e Joe Russo e protagonizado pelo astro da Marvel, Chadwick Boseman, o longa-metragem mostra uma atuação brilhante e altamente subjetiva de seu elenco, tendo-se em vista que em alguns momentos cheguei a esquecer dos atores e acreditava de forma surpreendente na realidade de seus personagens.

Ouso dizer que Manhattan nunca foi tão bem apresentada nas telonas, como nas lentes de Kirk, que soube de forma orgânica e muito clara alcançar seu maior objetivo: produzir um filme de ação com tons de suspense e criminalidade, um verdadeiro “thriller” criminal inteiramente gravado em território americano.

Como era de se esperar, um crime de grande proporção toma conta da trama: dois assassinos de policiais entram em ação, tirando o sono dos líderes da polícia após matar vários membros da corporação e deixar vestígios de uma possível parceria entre criminosos e militares em evidência.

Ray (Taylor Kitsch) e Michael (Stephan James) movimentam o enredo do filme, vilões um tanto quanto ingênuos, se tomarmos como referência outros nomes do cinema criminal. Porém, até mesmo nos pontos mais simples, é possível notar uma pitada de referência doentia na psique de cada personagem, o que nos leva a criar muita expectativa sobre o desfecho da história. Cada um traz em sua personalidade algo sutil, que nos faz ficar cada vez mais curioso sobre o que pode vir a seguir.

Não tem como não reverenciar a atuação de Chadwick Boseman: o ator que interpretou o icônico herói Pantera Negra nas telonas não deixou a desejar e se mostrou tão autêntico quanto já imaginávamos, dando vida ao detetive Andre Davis, responsável por investigar o crime que se faz presente no núcleo central do longa. Ao lado de Frankie Burns (Sienna Miller), Davis passa a explorar o crime que ocorreu na ilha de Manhattan, quase que um “CSI- NY”, só que com mais ação e adrenalina sem igual.

Vale ressaltar que o roteiro ajudou muito o filme que conta com uma duração de 100 minutos, cenas de ação em locais públicos e movimentados, um elenco de primeira linha, uma produção que se faz presente a cada detalhe (de forma perceptível) e cenas incríveis do princípio ao fim.

Aos amantes do gênero ação, lhes é garantido um filme à altura, com muitas expectativas ao decorrer e um desfecho surpreendente, com a qualidade que os expectadores merecem. Um clímax genial atribuído ao tema central da trama e a trajetória se faz impecável e totalmente complexa.

“Crime Sem Saída” é uma ótima escolha para quem gosta de ação, suspense e casos investigativos.

por Pompeu Filho

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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