Crítica: Kursk – A Última Missão

A dramatização do trágico incidente envolvendo o submarino russo K-141 Kursk que afundou no Mar de Barents no ano 2000 ficou sob a direção de Thomas Vinterberg e o roteiro de Robert Rodat.

“Kursk – A Última Missão” (Kursk) é um drama de encher os olhos. Ainda que repleto dos clichês do gênero, possui fotografia e efeitos especiais excelentes e consegue prender atenção, fazendo os espectadores (principalmente os que desconhecem a história real) torcerem até o fim pelo resgate dos marinheiros.

O longa tem uma breve introdução que retrata as dificuldades dos marinheiros que serviam naquela região e do elo de amizade existente entre a equipe. Também introduz o líder:  Mikhail Kalevok (Matthias Schoenaerts), bom pai, marido e amigo generoso, tudo para garantir a empatia entre o herói e o espectador.

Os desdobramentos são rápidos e logo acontece a catástrofe sob a forma de explosões. Logicamente, há a exposição do desconforto em relação ao míssil que originou o problema, o pressentimento de que algo está errado e que o desastre poderia ter sido evitado, mas não foi.

O filme também aponta a forma com que a Marinha Russa conduziu o resgate dos marinheiros que ainda estariam vivos, nos dois primeiros dias após a explosão. Foi dado ênfase no sucateamento dos equipamentos e na recusa da ajuda oferecida por outras nações, pois o submarino supostamente continha segredos militares.

É dado foco ao drama familiar, e às lutas das mulheres e demais familiares dos tripulantes do Kursk por informações precisas sobre as condições das buscas por sobreviventes. A esposa do Comandante Mikhail, Tanya Averina (Léa Seydoux), é a mais obstinada das mulheres retratadas no longa.

A produção consegue ser coerente mesmo ao abordar questões políticas, mostrar a dor das famílias e a luta pela sobrevivência dos marinheiros. E como bônus temos a firmeza da atuação de Max Von Sydow, que interpreta o irredutível Vladimir Petrenko.

“Kursk – A Última Missão” é mais uma superprodução que acerta em cheio o público, sejam os fãs do gênero ou aqueles que caíram de paraquedas nesta narrativa.

por Carla Mendes

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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