“Um Grito de Liberdade” (Annem), dirigido por Mustafa Kotan, retrata a história de Ayse (Sumru Yavrucuk) uma mulher generosa, capaz de fazer o impossível pela felicidade de sua filha Lazli (Özge Gürel), que em contrapartida, tem vergonha de sua mãe, e encontra em sua jornada para a faculdade um pretexto para ignorar suas raízes. Com o passar dos anos, o desejo de voltar para casa aumenta, e a jovem precisa rever o que deixou pelo caminho.
Essa é uma daquelas produções que nos fazem ter um misto de sentimentos: independente se agradará a todos os públicos ou não, é impossível não se sentir tocado pela história em algum momento. Isso porque o drama contido no filme se baseia em dois pontos que muitas vezes também estão ligados na vida real – o amor incondicional e o egoísmo.
Lazli se preocupa apenas com seus desejos, e com a imagem que as pessoas possuem dela, não se importando se suas palavras ferem sua mãe – que mesmo sendo desprezada tantas vezes, ainda enxerga sua filha como uma garotinha. O choque causado entre os extremos de cada sentimento gera o conflito principal do roteiro, é ele quem desenrola e conclui a história.
Apesar de existirem muitos títulos com a mesma proposta, “Um Grito de Liberdade” não é entrega um final clichê. A partir da metade da história já é possível ir criando algumas hipóteses sobre como tudo termina, e mesmo assim, a conclusão não será o que todos esperam.
Vale ressaltar que, apesar disso, a produção teve como objetivo o desenvolvimento afetivo e individual das personagens, tentando relacionar valores como o amadurecimento, e o perdão, buscando também que o espectador faça uma reflexão sobre a forma como trata as pessoas ao seu redor, e como isso impacta sobre as decisões que tomamos ou não.
O filme tem origem turca e, particularmente, esse foi o ponto que me chamou mais atenção, tanto pela sensibilidade, quanto por estar se adequando à cultura ocidental, em especial no que diz respeito à mulher.
Tenho observado que em diversos longas, questões como a educação, as vestimentas, e o comportamento feminino não são mais um tabu, sendo discutidos mais abertamente. Então, o filme que está disponível na plataforma Cinema Virtual é para ser visto através desses detalhes.
por Victória Profirio
*Título assistido via streaming, a convite da A2 Filmes.
**Texto originalmente publicado no site A Toupeira.
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