Crítica: Copperman – Um Herói Especial

A história de “Copperman – Um Herói Especial” (Copperman) começa com flashbacks da  infância do protagonista Anselmo (nessa fase, interpretado por Sebastian Dimulesco). Portador do Transtorno do Espectro Autista – ou como é mais comumente chamado, Autismo – o garotinho sofre com o bullying praticado contra ele, não só pelas crianças de sua escola, mas por um execrável homem da vizinhança que insiste em chamá-lo por nomes pejorativos, o que desencadeia tristes crises no menino.

Anselmo mora com sua mãe Gianna (Galatea Ranzi), e crê veementemente nas histórias contadas por ela a respeito de seu pai, cuja ausência é sempre justificada através da explicação de que este seria uma espécie de Super-Herói que estaria salvando o mundo de todo mal existente. É claro que a verdade é bem mais dolorosa do que isso.

Se a escola é palco de vários momentos incômodos, também é o local onde o garoto conhece Titti (Angelica Bellucci), menina de sua idade que tem uma conturbada relação com o pai (o mesmo que profere as ofensas contra Anselmo), com quem vive após um trágico acidente que vitimou sua mãe. A partir dessa inesperada amizade, surgirá um sentimento sincero que perdurará por várias décadas, mesmo quando Titti é levada a uma instituição longe dali, após a prisão de seu pai por agiotagem.

Há uma passagem de tempo de pouco mais de 26 anos e vemos Anselmo (vivido por Luca Argentero) já adulto, trabalhando em uma casa de repouso, onde também faz improváveis amigos entre os pacientes. Embora sejam mostrados diagnósticos graves, é possível sorrir com diversos diálogos entre os personagens.

Mas é em Silvano (Tommaso Ragno) que o jovem encontra uma espécie de figura paterna desde criança, e em quem pode confiar quando decide sair às ruas para defender os inocentes. Assim nasce o super-herói Copperman, com direito a traje específico para manutenção de sua integridade e diversos acessórios para ajudá-lo no combate ao crime.

O roteiro de Mauro Graiani, Riccardo Irrera, Paolo Logli e Alessandro Pondi proporciona ao público a oportunidade de enxergar situações que seriam, no mínimo, temerárias na vida real, sob o véu da inocência.

Sem colocar a capacidade de Anselmo em dúvida, parece improvável crer que o mal possa ser combatido de maneira tão simples e serena – ainda que haja um enorme envolvimento das sequências com as normalmente exageradas narrativas dos quadrinhos de super-heróis.

Para completar, o retorno de Titti (interpretada por Antonia Truppo na fase adulta) à cidade, acende uma nova esperança em Anselmo, de conquistá-la, assim como ganhar a simpatia de Cleo (também interpretada por Angelica Bellucci), filhinha de seu primeiro amor de infância.

Sob a direção de Eros Puglielli, tudo no drama italiano “Copperman – Um Herói Especial”, que chega ao Cinema Virtual, é mostrado de um jeito tão agradável e singelo, que é fácil esboçar sorrisos e torcer por êxitos durante toda a exibição.

por Angela Debellis

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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