Crítica: Lar Doce Lar… Ou Não

Subgênero amplamente consagrado, a comédia romântica, na grande maioria dos casos, não é conhecida por fazer muito esforço para entregar roteiros mirabolantes: basta contar com personagens que sejam, de algum modo relevantes, e fazer uso de vários clichês – sem que isso pareça apenas falta de criatividade.

De qualquer maneira, é positivo quando, além dos ingredientes básicos, há a inserção de algum outro elemento que pode contribuir para uma incrementar o resultado. No caso de “Lar Doce Lar… Ou Não” (Home Sweet Home), esse item a mais chega sob a forma de um drama leve, com foco no público cristão jovem, e funciona muito bem.

A trama gira em torno de Victória Tremont (Natasha Bure), a típica garota fútil que se preocupa apenas com sua aparência externa, deixando de lado – para não dizer esquecendo completamente – de cuidar também de seu interior.

Acostumada com a facilidade com que consegue encontros e relacionamentos fugazes, a jovem vai descobrir que nem todos se rendem aos seus encantos com a chegada de Jason Holman (Ben Elliott), responsável pela administração do Ministério Base Doméstica, que tem como principal atividade a construção de casas para famílias carentes.

A fim de conquistar a atenção de Jason, Victória aceita tornar-se voluntária do projeto, não se furtando de fazer uma extensa pesquisa sobre como deveria se portar para fingir com extrema competência, ter algum interesse na doutrina cristã – o que acaba abrindo inesperadas portas e provocando situações inusitadas em sua vida.

O roteiro de Lesley Ann McDaniel, embora previsível, consegue atingir o objetivo de ganhar a simpatia do espectador, ao apostar também em subtramas que ajudam a entender as motivações dos personagens. E acerta com a proposta de mostrar que, mais do que mudanças radicais, o que importa é descobrir nossa própria verdade (e não a que muitas vezes queremos que os outros enxerguem em nós).

A narrativa do longa dirigido por Juan Mas (e que segue disponível nas plataformas digitais NOW, Looke, Microsoft, Vivo Play, Google Play e Apple TV), é bastante simples e delicada. E a inserção de passagens bíblicas e citações cristãs em momentos diversos, faz com que ganhe um ar respeitoso, mas sem deixar de ser interessante.

por Angela Debellis

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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