Crítica: Sobrenatural: A Porta Vermelha”

Os filmes de terror vêm ganhando cada vez mais um público ávido, que acompanha incansavelmente cada lançamento, seja no cinema ou em streaming. E claro, as distribuidoras investem milhões para que títulos de sucesso desse gênero ganhem sequências (algumas vezes longas demais) e assim mantenham esta roda financeira de Hollywood girando.

Chega aos cinemas o novo capítulo da franquia “Sobrenatural: A Porta Vermelha” (Insidious: The Red Door). A trama ocorre após episódios traumáticos dos dois primeiros filmes e Dalton (Ty Simpkins) e Josh (Patrick Wilson) decidem seguir adiante para viver como uma família feliz.

Para tal, optam por um tratamento de hipnose capaz de fazê-los esquecer completamente os traumas que vivenciaram. Dez anos se passaram e a família feliz não existe mais, com Josh (Patrick Wilson) separado da esposa Renai (Rose Byrne) e seus filhos Dalton e Foster (Andrew Astor) afastados do pai.

Eis que Josh faz em uma tentativa de reatar os laços com os filhos. Porém, o contato com a técnica inovadora de uma professora de artes irá desbloquear uma porta do subconsciente de Dalton, e liberar os monstros uma vez esquecidos.

Assim como os anteriores, o longa é lotado de jump-scare – o que é perfeito para fãs de um verdadeiro filme de terror. Ainda que o primeiro e segundo atos talvez tenham um relativo excesso dessa técnica, o que muitas vezes parece até mesmo previsível.

Em outros momentos, a história parece não sair do lugar, tentando entregar um drama para envolver o espectador na sofrível decisão dos protagonistas anos antes. Em certas cenas, isso até funciona, mas, no geral, a relação entre Josh e Dalton para mais rasa do que deveria.

Aliás, todas as relações parecem corridas em tela, dando a impressão de não terem sido trabalhadas como deveriam. Um exemplo é o de Dalton e sua colega de quarto, que têm quase nenhuma química, e o roteiro parece não se decidir entre amizade, interesse amoroso ou objeto de piada.

Porém, durante o terceiro ato, a situação muda. Parece até mesmo ser outro filme (e outro ator, visto que Patrick Wilson é o diretor e personagem principal) com sequências surpreendentes, momentos de tensão e alívio quando os personagens conseguem escapar de determinadas situações.

Em suma, “Sobrenatural: A Porta Vermelha” é um interessante filme de terror, mas não foge dos clichês e não inova em nenhuma técnica. É um comfort movie, ótimo para ver no cinema com amigos.

por Artur Francisco

*Texto originalmente publicado no site CFNotícias.

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