Crítica: “Refém do Jogo”

“Refém do Jogo” (Final Score) é o terceiro filme do diretor Scott Mann. A produção é estrelada por Dave Bautista, Ray Stevenson e Pierce Brosnan. Na trama, durante uma partida de futebol entre os times West Ham United e Dynamo FC – um time da região fictícia de Sakovya, Russia – um grupo de terroristas toma conta do estádio, por trás dos bastidores, e o isolam do mundo exterior.

Enquanto isso, o veterano de guerra Michael Knox (Bautista) perde sua sobrinha – na verdade a filha de um de seus melhores amigos e companheiro de guerra – em meio ao estádio, o que o colocará em rota de colisão com os terroristas.

É o típico filme de ação altamente explosiva, cheia de lutas e tiroteios. Nesse ponto agradará muito aos fãs do gênero, pois não faltam momentos assim. Até mesmo perseguições de motos em meio ao estádio estão presentes, de maneira que o requisito perseguição é quitado. Bautista é o ator certo para o título, pois é carismático e seu físico dá bem o tom da ideia do protagonista; sua atuação não é ruim, transmitindo boa parte dos dramas do personagem, ainda que talvez não seja seu melhor trabalho.

Quanto aos aspectos técnicos o longa é satisfatório. A fotografia não é nada especial, mas encaixa bem no tom proposto. A trilha sonora ajuda a ajustar o clima e as emoções das cenas. E por fim na parte gráfica, os efeitos visuais, sejam práticos ou digitais, estão de altíssima qualidade.

Mas também há os pontos negativos: a trama é cheia de momentos absurdos que passam despercebidos do público do estádio, como tiroteios com helicópteros em cima das arquibancadas, perseguições de motos nos corredores, e a própria estranheza do estádio isolado. Durante toda a narrativa, isso não aparenta ter nenhum impacto na reação do público. Além disso, também há uma cena que pode ser interpretada como exageradamente satírica ou até mesmo racista.

Falando em racismo, os russos (mais uma vez) são tratados como brutos, hiper-agressivos, que só querem saber de chegar em seus objetivos – só que ao invés de soviéticos, temos terroristas de um estado separatista. O grupo que faz o atentado é inspirado na mistura do estereótipo do terrorista com o do russo, e apesar das ações terem alguma inspiração em grupos separatistas chechenos, as atitudes deles entre si reflete a mentalidade acima.

Por fim “Refém do Jogo” é um filme para os fãs de filmes de ação, com seus absurdos, e com sua ação explosiva. Infelizmente, o filme pode não agradar quem não seja tão fã, e pode ofender ocasionalmente alguém de origem russa ou eslava.

por Ícaro Marques

Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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