Crítica: “A Maldição da Chorona”

“A Maldição de Chorona” (The Curse of La Llorona), mais novo filme de terror da Warner, faz parte, ainda que discretamente, do universo de “Invocação do Mal”.  A escolha de colocar o longa dentro do universo, mas ainda assim não fazer propaganda sobre isso, é um pouco confusa. A menção que une as tramas é pequena e não acrescenta nada ao filme, o que faz questionar sua intenção.

O filme, com roteiro de Mikki Daughtry e Tobias Iaconis, se ambienta em Los Angeles em 1973 e nos apresenta a assistente social Anna (Linda Cardellini), mãe de dois filhos e recém viúva, que começa a ver semelhanças de um caso que investigou, uma lenda mexicana e o que está acontecendo com seus filhos.

A tal lenda se trata da história da entidade conhecida como La Llorona, que em vida teria afogado seus filhos e depois de morta e arrependida vagaria pela terra capturando outras crianças para substituir seus meninos.

O longa não supera o primeiro “Invocação do Mal”, mas se sai relativamente bem dentro do que propõe e não decepciona tanto quanto “A Freira”. Apesar de trazer algo interessante como uma lenda latina e a figura de um curandeiro, esses tópicos não são tão bem aproveitados.

Com o trunfo da atuação de Linda Cardellini, a produção fica acima da média, se pensarmos em títulos do gênero, no entanto a atriz poderia render mais se os diálogos fossem mais bem elaborados e o roteiro mais coeso.

“A Maldição da Chorona” tem válidas tentativas de humor, através do curandeiro ex-padre Rafael, interpretado por Raymond Cruz, mas o personagem não é tão bem construído quanto poderia ser, ficando entre um caçador do paranormal e um herói da década de 1980, e uma boa chance de criar um personagem para o universo é perdida.

Apesar de provavelmente não entrar para lista de melhores obras de terror do ano, o longa dirigido por Michael Chaves passa longe de ser considerado ruim, no entanto fazer parte do universo expandido de “Invocação do Mal” coloca sobre ele mais expectativas do que seria necessário e empalidece o que a obra poderia apresentar de bom por si só. Ainda assim, para os amantes do gênero, não faz feio e pode ser um bom entretenimento.

por Isabella Mendes – especial para EOL

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