Crítica: “Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw”

Distante são os anos em que a saga “Velozes & Furiosos” era sobre corridas ilegais e golpes a bancos ou governo. Hoje a nova onda é salvar o mundo de vilões dignos de James Bond ou Ethan Hunt. Não que isso seja ruim, porém a ação mudou consideravelmente de foco ao longo do tempo.

O primeiro spin-off da franquia, “Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw” (Fast & Furious Presents: Hobbs & Shaw), mostra Luke Hobbes (The Rock) e Deckard Shaw (Jason Statham) tendo que trabalhar juntos para evitar que o culto tecnológico Etheon adquira um vírus extremamente perigoso, que pode determinar o futuro da humanidade.

O filme também aborda os aspectos do passado dos personagens antes de suas primeiras aparições, particularmente de onde vieram e como viviam, mas sem se perder em um sentimentalismo barato.

Para os fãs de ação, esta é uma excelente pedida. Pancadaria desenfreada, perseguições altamente octanadas, e explosões a torto e a direito. Ainda que para alguns espectadores as perseguições automotivas não estejam no nível de uma série que já viu um cofre de banco arrastado por um carro (entre outros divertidos absurdos), elas ainda são um dos pontos altos, principalmente quando vemos uma bela McLaren esportiva causando o caos em Londres.

Uma coisa, no mínimo peculiar, deste filme são os vilões. O antagonista, Brixton (Idris Elba) é um dos principais comandantes do Etheon, cujo objetivo é livrar a humanidade dos fracos e fundir os fortes às maquinas. Desta maneira, os antagonistas parecem tirados da ficção científica (em especial do cyberpunk), o que numa franquia que por mais use tecnologia fantástica ou futurista, nunca se aproximou muito disto.

Quanto a aspectos técnicos, o principal destaque vai para os efeitos especiais, particularmente nas explosões, que são, de fato, impressionantes. As coreografias das brigas são fantásticas e frenéticas.

E já que entramos no aspecto atuação, estas vão satisfazer os fãs de ambos os atores principais, que entregam o que fazem de melhor: Dwayne “The Rock” Johnson interpreta o típico “corajoso a toda prova” de filmes americanos, enquanto Jason Statham faz um Frank Martin – protagonista da franquia “Carga Explosiva” – porém com um estilo de James Bond. Vanessa Kirby também diverte oferecendo um equilíbrio entre os dois tipos conflitantes, enquanto Idris Elba convence como um impositivo vilão.

Um fato atraente sobre “Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw” é que, para quem pretende conferir a novidade nos cinemas, é que ele é quase completamente à parte da franquia, então quem não assistiu aos títulos anteriores, e/ou só é fã do elenco, não ficará perdido. Já quem assistiu à série, não perderá tempo tendo a história dos dois na franquia reexplicada e poderá aproveitar logo de cara a ação recheada de pancadaria e explosões.

por Ícaro Marques

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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