Crítica: O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

Quando “O Exterminador do Futuro” foi lançado em 1984, era clara a intenção de transformar a saga de Sarah Connor em uma franquia e foi exatamente o que aconteceu. Talvez a grande surpresa seja o fato da história – que mostra o confronto entre humanos e máquinas em um futuro que hoje em dia nem soa mais tão improvável – ter conseguido tornar-se tão longeva, ganhando cinco episódios ao longo de 31 anos, com “O Exterminador do Futuro: Gênesis” sendo lançado em 2015 e parecendo ser a parte final.

Sob a direção de Tim Miller e produzido por James Cameron, “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” (Terminator: Dark Fate) chega como uma bem-vinda surpresa e, mais do que o sexto capítulo da franquia, ele pode ser considerado a tentativa de um reboot a partir das duas partes iniciais da história. Tal fato fica bem evidente já nos cinco primeiros minutos de filme que, com uma narrativa surpreendente e o uso de uma tecnologia que parece não ter limites no que diz respeito a efeitos visuais cinematográficos, consegue de imediato prender a atenção da plateia.

Sai John Connor (anteriormente interpretado por Edward Furlong, Christian Bale e Jason Clarke), entra Daniela Ramos (Natalia Reyes). A jovem de descendência mexicana vê sua pacata rotina virar de cabeça para baixo com a aparição da “humana aprimorada” – entenda-se híbrido de humano e máquina – Grace (Mackenzie Davis), que será a responsável pela manutenção de sua vida, uma vez que a garota terá suma importância no futuro – ainda que não faça a menor ideia disso.

Lutando contra elas, agora há o perigoso REV 9 (Gabriel Luna), uma espécie de T-1000 (Robert Patrick) ultra melhorado. E, mesmo que tantos anos tenham se passado, as cenas que envolvem a transmutação do robô em seu estado líquido – de forma ainda mais avançada e letal – ainda são de encher os olhos.

Linda Hamilton volta a dar vida a um dos nomes mais icônicos das telonas, Sarah Connor. Mais experiente, a veterana personagem tem um domínio perfeito sobre armas das mais diversas e é muito válido vê-la em ação com direito a todos os esperados exageros que a franquia merece e oferece. E os detalhes do que aconteceu a ela nesses últimos anos ajudam no grau de convencimento necessário para que acreditemos ainda mais em sua capacidade.

Entrei na sala de cinema pensando que Arnold Schwarzenegger faria apenas uma participação especial (o que já seria incrível), mas fui surpreendida de maneira positiva por seu tempo em tela. Fazendo valer a explicação já conhecida para o envelhecimento de seu corpo, o ator parece bastante à vontade em retornar ao papel de T-800, que inclusive ganha uma história bem interessante sobre como passou os anos que separam os fatos vistos em “Exterminador do Futuro: O Julgamento Final” e os agora apresentados.

O roteiro pode não ser dos mais criativos, mas é bem atraente e deve agradar os fãs prévios da franquia. Quem não conhece a trama pode ter alguma dificuldade em entender certos pontos bem específicos, mas ainda assim vai conferir um grande filme de ação / ficção científica, com direito a ótimas cenas de perseguição, lutas e personagens notáveis.

Corra para os cinemas.

por Angela Debellis

Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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