Crítica: Midway – Batalha em Alto Mar

Mais um filme americano sobre combatentes de guerra, mais uma homenagem a veteranos, demasiadamente longo e com personagens um pouco caricatos, este é “Midway – Batalha em Alto Mar” (Midway). O longa conta com um ótimo elenco (sem nenhuma exceção), efeitos especiais perfeitos, porém o roteiro tenta evidenciar muitos fatos e pessoas e talvez o excesso seja sua grande falha.

O novo trabalho do diretor Roland Emmerich mostra aviadores que lutaram a durante a Batalha de Midway, no Oceano Pacífico em junho de 1942, desencadeada após o ataque japonês à base havaiana de Pearl Harbor. O serviço de inteligência da Marinha Americana, por meio de mensagens codificadas, identificou a localização e o horário dos próximos ataques previstos pela Marinha Imperial Japonesa.

O longa mostra japoneses honrados e destemidos e deixa claro que além de aviões melhores eles tinham o benéfico da “Surpresa”, mas também retrata um exército perverso que matava chineses como punição ou mero capricho de guerra.

O vasto elenco conta com nomes de peso como Mandy Moore, Aaron Eckhart, Dennis Quaid, Luke Evans, Tadanobu Asano e Nick Jonas. Porém, com tantos tipos diferentes fazendo parte de um único filme, fica difícil evidenciar um único personagem, mas vale dizer que cada um conseguiu manter a excelência em suas atuações, com a dose certa de drama exigido pelo roteiro.

O foco maior se dá para Dick Best (Ed Skrein), piloto eficiente que foi um dos combatentes responsáveis pela vitória em Midway, e que heroicamente “sacrificou-se” para guiar sua equipe – fica com Skrein também uma das atuações mais caricatas de toda a produção.

Patrick Wilson, que interpreta Edwin Layton do serviço de inteligência, foi um acerto e tanto. O ator mostra versatilidade e toda sua capacidade dramática. Para coroar a trindade, Woody Harrelson dá vida ao Almirante Nimitz, e tem oportunidade – mesmo que sem um papel que exija alguma inovação – de manifestar seu talento e mutabilidade.

Enfim, “Midway – Batalha em Alto Mar” é um título de guerra com ótimos atores, muitos tiros, explosões e tudo mais que o gênero tem direito. É mais um relato pouco emocionante dos feitos americanos na Segunda Guerra Mundial, mas com uma boa premissa e baseado em fatos reais, continua sendo uma interessante opção para quem gosta de ação.

por Carla Mendes

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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