Crítica: O Segredo da Floresta

Não assumir riscos nem sempre é um mau negócio. Em se tratando de filmes de terror, caminhar sobre elementos já conhecidos do público e que normalmente são bem aceitos, é a solução quase garantida para entregar um título, no mínimo, interessante.

Esse parece ser o propósito de “O Segredo da Floresta” (Behind the Trees), terror da A2 Filmes e um dos títulos que que inauguram a plataforma “Cinema Virtual”, que vai oferecer produções inéditas para serem vistas no conforto e segurança de sua casa.

A trama – que começa promissora desde a primeira cena, bem típica desse tipo de longa – gira em torno da viagem romântica de um casal de namorados para um belíssimo resort na Índia. Jay Nayar (Sahil Shroff) retorna ao seu país de origem para mostrar as maravilhas locais à sua namorada Amy Edwards (Vanessa Curry) e tudo parece correr bem, até que se envolvem em uma história misteriosa e com tons macabros.

Em um de seus passeios – e após um fato que pode afetar a relação dos dois de maneira profunda – eles se perdem pelo caminho e acabam sendo testemunhas oculares de um aparente ritual de exorcismo envolvendo moradores de um vilarejo e uma criança que, após a cerimônia é submetida a um tipo de cárcere inesperado.

Sem saber no que estão se envolvendo, uma vez que são leigos em relação aos rituais praticados na região, eles acabam libertando a menina e a levando consigo para o hotel em que estão hospedados. Mas é claro que as coisas não poderiam ser tão simples assim e logo eles descobrem que há mais do que poderiam imaginar por trás da aparência inocente da jovem Asha (Tvisha Seema).

O roteiro de Vikram Jayakumar (responsável também pela direção, montagem e trilha sonora do filme) não é o que se pode chamar de original – uma vez que o tema exorcismo é um dos mais utilizados no gênero terror – mas consegue se manter equilibrado na maior parte do tempo. A ação propriamente dita demora um pouco mais do que seria devido para engrenar, porém, existe uma curiosidade por parte do espectador em saber até que ponto ela vai progredir em tela.

Algo que me chamou a atenção foi o pouco, mas muito eficaz uso das melodias. Há uma nítida intenção de tornar as sequências “incômodas” através de notas lúgubres e de fácil identificação até para quem não está acompanhando a história completa.

Não há nenhuma cena explícita, muito menos recursos de gore – tudo fica mais subentendido -, mas a utilização inteligente de luz e sombras cumpre bem o seu papel. Quanto a jump scares, apenas algumas tentativas sem muito destaque e que pouco acrescentam ao resultado final.

“O Segredo da Floresta” ficará disponível por uma semana – a contar de hoje, 28 de maio – na plataforma “Cinema Virtual”. Para mais informações, acesse: www.cinemavirtual.com.br.

por Angela Debellis

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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