Crítica: Lobos Solitários

Lobos Solitários” (Lone Wolves) é o trabalho de estreia do espanhol Sergi Arnau como diretor e roteirista de longa metragens. Conta a história dos presidiários Vic (Joel Minguet) e Toni (Pau Barredo), que assassinam um colega de cárcere, Arnold Drexler (Fred Adenis), para descobrir boatos de que ele é uma testemunha protegida e que estava ao ponto de dar com a língua nos dentes sobre a identidade de seus chefes. A partir disto nos é apresentada a história de como ambos acabaram preso, e por que cometeram esse crime específico.

A trama é interessante, mas a forma como são apresentados os personagens principais pode ser um tanto confusa a princípio, pela natureza pouco linear da narrativa. Ainda assim é bem trabalhada, revelando os mistérios em doses homeopáticas.

A fotografia é simplória e repetitiva, porém várias vezes isso é um elemento a favor, dada a natureza limitada do ambiente – uma prisão – e a vivência de seus habitantes. Apesar de ser bem bolada nesse ponto, ela pouco colabora na narrativa, sendo nesse ponto convencional.

Outro problema é a diferenciação entre memórias e o momento “presente” do filme: apesar de quando se trata do passado dar preferência por cores mais amareladas, ainda assim elas são desbotadas, o que não as diferencia tanto das relativas ao presente, com um filtro azul acinzentado, o que torna as mudanças de certos momentos um tanto confusa, pois não dá para distinguir uns dos outros.

As atuações são medianas, nem quentes nem frias, com exceção de algumas figuras secundárias cujas interpretações são exageradas atuação, mas que conseguem deixar intensivamente claro o quanto os personagens são monstruosos.

Para quem é fã de thrillers e suspenses policiais “Lobos Solitários”, que estreia no Cinema Virtual, pode ser uma boa pedida. Também é para quem gosta de assistir este tipo de filme, feito fora do circuito Hollywoodiano – e dos Estados Unidos, mais especificamente.

por Ícaro Marques

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