Crítica: Super Urso: Um Resgate na Cidade Grande

Independente da espécie retratada – sejam humanos ou outros animais – é sempre gratificante acompanhar histórias que têm como base aquele tipo de amor familiar que não enxerga limites e cuja força é capaz de enfrentar as mais inimagináveis barreiras.

Na trama de “Super Urso: Um Resgate na Cidade Grande” (Super Bear), os protagonistas são dois ursos – pai e filho – que vivem em harmonia na floresta. Até que humanos (sempre eles) inescrupulosos capturam o filhote a fim de vendê-lo no mercado ilegal de “colecionadores de animais selvagens”.

É quando de fato começa a ação do longa animado dirigido por Wang Qi. Para recuperar Xi-Ha, Papai Urso terá a ajuda inesperada – mas providencial de Heng Te, um cachorro com todo estilo dos melhores espiões de filmes de ação – com direito a traje cheio de acessórios para auxiliar em sua missão.

Juntos, eles tentarão libertar não apenas o ursinho, mas inúmeros animais capturados pelo mesmo bando, assim como encontrar o tutor e colega de trabalho de Heng Te, que fracassou em sua missão prévia de resgate e também foi aprisionado pelos vilões.

O roteiro de Ding Wei é bastante simples e logo no início deixa claro que a narrativa vai girar em torno do resgate físico de Xi-Ha, assim como de sua relação com o pai, abalada pela perda de sua mãe. Tal fato faz com que toda a história seja facilmente entendida pelas crianças menores, que são as que devem se divertir mais.

Existe um inteligente uso das cores, que são extremamente vivas e brilhantes nos momentos passados na floresta, quando é possível ver diversos animais – além da dupla de protagonistas – em total liberdade em seu habitat natural. Tal recurso sofre uma grande mudança com a captura do ursinho, quando as sequências se passam, em sua maioria, dentro de galpões, onde o cinza do concreto se destaca e “endurece as imagens”, causando a devida apreensão no público.

Quanto ao resultado do processo de animação em si, este peca em alguns pontos, em especial no que diz respeito à finalização de determinados movimentos, como saltos e corridas. Em contrapartida, há um bom trabalho na criação visual dos animais, que surgem de maneira mais detalhada e bem feita, quando comparados aos personagens humanos que se distanciam do realismo para terem aparência mais “caricata”.

Distribuída pela A2 Filmes, a animação está disponível para compra e venda nas seguintes plataformas digitais: NOW, Looke, Microsoft, Vivo Play, Google Play e Apple TV e é uma boa opção para assistir em família.

por Angela Debellis

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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