As dores e as delícias da adolescência são exploradas no longa “Medo de amar” (Philophobia), do diretor e roteirista Guy Davies.
A narrativa apresenta Kai (Joshua Glenister) um jovem aspirante a escritor que está em sua última semana de colégio. O garoto viveu toda a vida em uma pequena cidade no interior da Inglaterra.
Kai tem amigos inseparáveis: Sammy (Charlie Frances) e Megsy (Jack Gouldbourne). Eles pretendem aproveitar ao máximo tudo que essa última semana de aula e o que esse tempo juntos pode proporcionar, cientes que a partir dali seguirão rumo diferentes.
Durante a narrativa nos deparamos com a realidade dessa fase da vida em que tudo é sentido muito intensamente, mas, de alguma forma, o drama pareceu retratar mais do mesmo.
A produção quer evidenciar muitas emoções simultaneamente: a adolescente que tem problemas com a mãe e vive um relacionamento abusivo com um valentão – que, ao mesmo tempo em que quer parecer um gangster é inseguro e imaturo; a ausência paterna que assola a maioria dos personagens; o medo de ficarem presos à pequena cidade; a descoberta da paixão: desejos à flor da pele; a pressão para atingir boas notas.
Tudo isso enquanto usam drogas (lícitas ou não) e frequentam festas, planejando um trote final. A produção consegue fechar todos os parênteses abertos, há a sensação de que falta emoção, há pouca empolgação, o que para alguns espectadores pode acabar como sinônimo de monotonia.
Alguns personagens do longa britânico (vencedor de vários prêmios internacionais) podem parecer excessivamente caricatos como o bad boy Kenner (Alex Lincoln), que não chega a convencer no papel de adolescente rebelde. Já Jack Gouldbourne peca pelo excesso, seja de animação ou de em comoção forçada.
Por outro lado, Kim Spearman – que vive a Grace a garota mais cobiçada da escola – é o destaque positivo do filme. A menina entrega na medida exata o que é pedido por sua personagem.
Outro elemento a se exaltar são os locais onde as cenas foram gravadas, em conjunto com a fotografia que torna a experiência mais agradável. De fato, um trabalho excelente.
“Medo de Amar” está disponível na plataforma de streaming Cinema Virtual.
por Carla Mendes
*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.
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