Crítica: “Em Guerra com o Vovô”

Relacionamentos familiares (bem ou mal sucedidos) são um assunto tão rico que podem render produções dos mais variados gêneros, de dramas épicos e suspenses marcantes, a comédias descomplicadas.

Dessa vez, o tema é abordado de maneira bastante suave e agradável no longa “Em Guerra com o Vovô” (The War with Grandpa) cuja trama dirigida por Tim Hill gira em torno das mudanças que ocorrem na rotina do garoto Peter (Oakes Fegley), quando seu avô materno Ed (Robert De Niro) vai morar na casa em que vive com os pais e dois irmãos.

Embora totalmente lúcido, o senhor (recém-viúvo) dá pequenos sinais físicos de que o passar dos tempos tornou-se aquele inimigo a quem todos temem, e sua filha Sally (Uma Thurman) acha por bem levá-lo para morar com sua família.

A tal guerra do título é instaurada quando é oferecido a Ed ficar com o quarto de Peter. A mudança para o sótão não deixa o garoto nada satisfeito e este propõe formalmente ao avô que lutem pelo espaço.

Como armas na batalha, a dupla recorre às mais diversas pegadinhas – em sua maioria inocentes, mas algumas que poderiam ter resultados bem mais desastrosos em situações reais. E o que começa como um duelo entre os dois acaba ganhando outros participantes, com a inclusão de amigos de ambos os personagens (com o personagem Jerry, interpretado pelo veterano Christopher Walken garantindo boas risadas).

O roteiro de Tom J. Astle e Matt Ember, que tem como base o livro homônimo de Robert Kimmel Smith (lançado em 1984), é simples e claramente voltado a públicos de todas as idades, embora seja bem provável que as crianças menores vão se identificar mais com as maquinações de Peter.

O destaque fica para a caçula Jennifer (Poppy Gagnon) e seu genuíno amor pelo Natal – tal ponto rende uma das sequências mais divertidas do longa, ao lado do debate entre avô e neto mediado por ela, sem tanta imparcialidade quanto parece a princípio.

A história é tão previsível quanto graciosa. Não há grandes reviravoltas ou surpresas, o público sabe o que vai acontecer e até mesmo a moral da história se mostra presente desde a premissa inicial.

O que significa que é o tipo de filme perfeito para tempos em que amar e se preocupar com o próximo, sem esperar por nada além da reciprocidade desse sentimento, parece algo cada vez mais complicado para tantas pessoas.

Vale conferir.

por Angela Debellis

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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