Crítica: “DC Liga dos Super Pets”

Em se tratando de cenas iniciais de adaptações cinematográficas de histórias de heróis cujas origens são os quadrinhos, “Batman – O Cavaleiro das Trevas” continua sendo a minha favorita.

Quatorze anos e dezenas de produções depois, eis que uma nova sequência de abertura conseguiu ganhar meu coração e dividir o topo de minha preferência, ao inserir informações inéditas (e inesperadas) em uma das mais icônicas passagens dos quadrinhos. Falar mais seria spoiler, mas já fica a dica para se deixar envolver por “DC Liga dos Super Pets” (DC League of Super Pets), desde o início.

Dirigida por Jared Stern (que também assina o roteiro junto a John Whittington) e Sam Levine, a animação gira em torno da amizade de uma vida inteira entre o cachorro Krypto e seu tutor Superman / Clark Kent.

A relação, aparentemente perfeita, é abalada com a decisão do herói em pedir a mão de sua namorada, Lois Lane, em casamento. É hora do Super Cão expandir seus horizontes (entenda-se abrir-se à possibilidade de renovar seu tão restrito círculo de amizades), enquanto lida com o ciúme e as mudanças que sua rotina sofrerá no futuro.

Repleta de referências, a narrativa passada em Metrópolis ganha em ação com a apresentação dos demais personagens animais, que, em um primeiro momento, são vistos em um abrigo, à espera de um lar para chamar de seu. São eles: o cético cachorro Ace, a sonhadora porquinha PB, o ansioso esquilo Chip e a veterana tartaruga Mirtes.

O local também é o cenário de partida da vilã da vez: a porquinha da Índia, Lulu (cuja inteligência é proporcional à devoção que tem por um dos maiores antagonistas do Universo DC, Lex Luthor). Com uma lasca de Kryptonita laranja (que dá super poderes a animais) em mão – ou melhor, em patas -, ela dá andamento em seu plano de eliminar heróis e reencontrar seu mentor.

Embora haja uma das melhores participações da Liga da Justiça já vista nas telas (em sua formação clássica, com a adição da ótima Jessica Cruz como Lanterna Verde), o protagonismo, como o título indica, é mesmo dos pets e isso é totalmente incrível.

Temas como amor incondicional, amizades verdadeiras e esperança em um futuro melhor dividem espaço com um assunto bastante delicado no que diz respeito a animais em geral: o abandono – tratado de maneira muito pertinente e sincera (e responsável por várias lágrimas rolando durante a sessão).

Há muito a se destacar: a capacidade que cada personagem – com personalidades tão distintas – tem de conquistar o público, a qualidade visual, a boa trilha sonora (que, além de estrelas como Taylor Swift, traz temas clássicos e canções originais – cujas letras ajudam a contar a história de maneira enriquecedora).

E o que dizer sobre os talentos que compõem os elencos de vozes? Se no original temos nomes como Dwayne Johnson (Krypto), Kevin Hart (Ace), John Krasinski (Superman) e Keanu Reeves (Batman), na versão nacional, Marcelo Garcia, Duda Espinoza, Guilherme Briggs, Duda Ribeiro, entre outros, mostram – mais uma vez – o quão valorosa e acertada é a dublagem brasileira em animações.

Uma das características mais visíveis das produções da DC é a opção pelo caminho da seriedade, inclusive, em grandes animações de personagens clássicos. Mas, é maravilhoso quando se encontra o equilíbrio entre sisudez e diversão, e é exatamente isso que “DC Liga dos Super Pets” entrega ao espectador, e o que transforma a produção em um dos títulos mais bacanas dos últimos tempos, do gênero Super-Heróis. Ah, e ainda tem cena adicional surpreendente.

Obviamente, quem é (ou já foi) tutor de pet vai se identificar mais com a trama. Mas, quem sabe, essa não é a oportunidade perfeita para você considerar uma adoção responsável e encontrar um (super) amigo?

Imperdível.

por Angela Debellis

*Texto publicado originalmente no Site A Toupeira.

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