Crítica: “O Jogo da Invocação”

Jovem encontra artefato misterioso (mas com todo jeito de não ser coisa boa), e decide que é uma boa ideia tirá-lo do local de origem – o que, obviamente, nunca é indício de muita inteligência.

Essa premissa “genérica” serve de base para muitas produções de terror – em especial, as cinematográficas – e é o que dá corpo a “O Jogo da Invocação” (All Fun and Games), nova aposta da Diamond Filmes.

Na trama simples (e rápida, afinal, o longa tem apenas 76 minutos), que se passa na cidade americana de Salem, Jonah Fletcher (Benjamin Evan Ainsworth) – o mais novo de três irmãos – encontra uma faca em uma cabana abandonada, após ouvir “alguém” chamar seu nome.

Essa é a deixa para que todos ao seu redor sejam postos em perigo, já que o objeto contém uma espécie de maldição antiga (imposta no século XVII), que obriga aqueles que leem a inscrição contida em sua lâmina a participarem de jogos infantis clássicos, mas com ares mortais – literalmente falando.

Mesmo sendo quem traz o objeto principal para dentro da história, Jonah não mantém o protagonismo o tempo todo, e logo as luzes se voltam ao irmão mais velho, Marcus (Asa Butterfied), quando este é possuído pela entidade maligna que controla a mente de quem possui a faca em questão.

Já Billie (Nathalia Dyer) é a irmã que tenta contornar a situação que saiu totalmente do controle, ao mesmo tempo em que procura manter-se viva. Tarefa bem complicada, a julgar pela facilidade com que os personagens coadjuvantes são dizimados em tela.

Dirigido por Eren Celeboglu e Ari Costa (também assinando o roteiro ao lado de J. J. Briader), o grande temor de “O Jogo da Invocação” parece ser a necessidade de ficar em terreno seguro, no que diz respeito a fazer algo inédito na narrativa. Não a produção em si seja ruim, apenas não consegue entregar nada além do já visto outras inúmeras vezes, contando com vários momentos que pouco entusiasmam o público.

Entre os pontos positivos, as sequências de flashbacks que explicam a origem da faca e da tal maldição são bem interessantes e dão um pouco de profundidade ao que parece ser uma fórmula rasa ao extremo.

O final em aberto talvez indique a expectativa de haver uma continuação futura. Tomara que haja mais coragem para inovar no conteúdo de um suposto próximo capítulo.

por Ana David

*Texto originalmente publicado no site CFNotícias.

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