Crítica: “Mergulho Noturno”

Um novo terror da BlumHouse chega aos cinemas. O longa, que é baseado em um curta metragem, trata de uma misteriosa piscina assombrada. Dirigido por Bryce McGuire “Mergulho Noturno” (Night Swin) tem em sua produção, James Wan (de “Invocação do Mal” e “Jogos Mortais”).

A história começa com uma boa cena, em que uma menina é sugada pela piscina e desaparece completamente. Depois, avança no tempo e acompanha uma nova família chegando à casa.

O pai da família, Ray Waller (Wyatt Russell) é um ex – jogador de baseball que teve que se afastar do esporte, depois de ser diagnosticado com esclerose múltipla. Perdendo cada vez mais os movimentos das pernas, Ray escolhe comprar a casa da piscina, na esperança de que a hidroterapia o ajude a retornar ao esporte.

A partir daí, o filme aborda a relação dos protagonistas com a piscina que, que de início, parece unir mais os personagens, mas logo começa a dar sinais de que algo está errado, o que vai aos poucos também afetando como a família se relaciona entre si.

Ao contrário de muitos longas que abordam uma família sendo assombrada por algo misterioso, nos quais os adultos são os últimos a perceberem ou reconhecerem que há algo sobrenatural no local (ao contrário das crianças e adolescentes), em “Mergulho Noturno” não demora muito para que a mãe Eve (Kerry Condon) comece a ter uma má impressão da piscina.

Logo depois os filhos, o pequeno Elliot (Gavin Warren) e a adolescente Izzy (Amélie Hoeferle) passam a ter, separadamente, experiências assustadoras com um ser monstruoso que parece habitar as águas da piscina.

O roteiro Rod Blackhurst e do também diretor Bryce McGuire se assemelha a tantos outros títulos de terror de casa assombrada, em que um dos personagens tenta entender o que está acontecendo para poder salvar o restante da família.

No entanto, o mote da vida em família é interessante, principalmente quando coloca um dos personagens ponderando, ainda que não tão conscientemente, sobre o que seria mais importante: sua família ou sua vida profissional.

A obra não tem o melhor dos roteiros e apresenta os problemas que são comuns quando tentam esticar um curta metragem para um resultado de mais de 90 minutos. O ritmo é comprometido ao longo da trama e o filme parece não saber muito bem no que ele deve focar, apresentando várias boas ideias que, infelizmente, não são muito bem executadas, causando um pouco de confusão.

Sobre os efeitos especiais, “Mergulho Noturno” acerta mais quando decide não mostrar a criatura malévola e foca em retratar a piscina com movimentos de câmera que fazem com que ela pareça maior e mais profunda do que realmente é, o que gera cenas com certa tensão.

A trama conta com vários jump scares, com o clássico aumento de volume da trilha sonora, mas se beneficiaria se escolhesse uma abordagem mais psicológica e misteriosa, ou decidisse não se levar tão a sério e abraçasse o inusitado do tema de uma piscina assombrada.

Apesar de seus problemas, “Mergulho Noturno” não é tão ruim quanto algumas críticas iniciais fizeram parecer e pode ser uma boa diversão para aqueles que gostam de produções de terror sobre casas assombradas e criaturas misteriosas.

Não duvido que, indo bem nas bilheterias, ganhe uma continuação, que poderia muito bem ser um prequel sobre a família que aparece na primeira cena, explicando a estranha decisão da mãe da garota que desapareceu no início da narrativa.

por Isabella Mendes

*Texto originalmente publicado no site CFNotícias.

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