Crítica: “As Loucuras de Rose”

Um drama em todas as suas possibilidades. Essa é a proposta de Tom Harper em “As Loucuras de Rose” (Wild Rose). Logo na primeira cena nos deparamos com uma mulher deixando a cadeia em liberdade condicional, isso é o mínimo que Rose-Lynn Harlan (Jessie Buckley) terá que enfrentar ao voltar à “liberdade” propriamente dita.

A jovem sonha em ser uma estrela da música country, contudo ela é de Glasgow, na Escócia, e acredita que a única maneira de atingir seu sonho é ir para Nashville, no Tennessee (EUA). Há uma série de inconvenientes que a impedem de buscar seus objetivos, como: uma tornozeleira eletrônica que controla todos seus passos e horários, ser mãe solteira de duas crianças que não confiam o suficiente nela e seu emprego atual como diarista que impossibilita o financiamento de uma viagem para outro continente.

Dentro de história principal que é a busca de Rose para se tornar uma estrela, vemos também um esforço silencioso da protagonista em melhorar a convivência com os filhos, que passaram todo o período em que ela esteve presa com a avó e acabaram estreitando a relação maternal com ela. A força deste relacionamento mostra também a fragilidade da história que ela construiu com a própria mãe.

Outro detalhe significativo é que no meio de toda essa confusão Rose encontra uma amiga, Susannah (Sophie Okonedo), que realmente confia em seu potencial artístico e está disposta a impulsionar sua carreira. Entretanto, erroneamente Rose não inicia um contato sincero com ela e esconde detalhes importantes da vida como os filhos e o fato de que já esteve presa.

Durante o longa acompanhamos a evolução da personagem e o desenvolvimento favorável do roteiro. A atuação de Jessie Buckley é muito convincente e entrega o que a personagem exige – inclusive, como ela é cantora, a parte musical também foi muito bem entregue e desenvolvida.

Um drama musical que faz você de alguma forma torcer para que Rose encontre seu lugar ao sol, por sua redenção e amadurecimento. Divertido e encantador. Vale conferir.

por Carla Mendes

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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