Crítica: “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”

Ousado, alucinante, emocionante e repleto de inventividade. Não há adjetivos suficientes que definam a grandeza de “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” (Everything Everywhere All At Once).

A obra dirigida por Daniel Scheinert e Daniel Kwan promete entrar pra história da indústria cinematográfica. Com um enredo inovador, fala do multiverso de uma forma envolvente e com muita ação a cada segundo. É um daqueles filmes que prende tanto a atenção do público, que o espectador não ousa nem piscar pra não perder nenhum acontecimento.

O longa é classificado como ficção científica, todavia, tamanha ousadia não merece e nem cabe rotular,  tendo em vista que é explorado o drama,  comédia,  ação e romance,  e todos de forma magnífica,  não deixando nenhuma lacuna aberta.

A história acontece em torno da matriarca Evelyn Wang (Michelle Yeoh), com um casamento em crise, tentando lidar com a homossexualidade da única filha, Joy (Stephanie Hsu), e tendo que administrar uma lavanderia quase falida. Para completar esse combo de problemas, ainda tem seus impostos na mira de uma rigorosa agente fiscal (interpretada por Jamie Lee Curtis).

É em meio a esse caos que Evelyn descobre a existência de outros universos, em uma versão contada por seu marido Waymond (Ke Huy Quan). A partir desse momento a trama acelera de forma eletrizante, onde tudo acontece, em todos os lugares/universos e a todo tempo.

O tom cômico, unido às sequências de ação, traz um diferencial nunca visto em outras produções que tratam de narrativas similares. Os diretores conhecido como “os Daniels”, conseguiram explorar o enxuto investimento do filme 25 milhões de dólares de forma que será muito difícil para títulos futuros falarem sobre o multiverso, pois as comparações serão inevitáveis. Inclusive, nenhuma das produções anteriores que já abordaram a temática conseguiu entregar um resultado tão completo e bem desenvolvido, mesmo com orçamentos bem maiores.

No início, o espectador pode não entender muito bem o que vê em tela, mas, após alguns minutos de exibição, “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” já mostra a que veio e o público embarca no enredo eletrizante de infinitos universos paralelos.

Vale destacar a magistral participação de Michelle Yeoh, tendo em vista que em 149 minutos de duração da narrativa, ela desenvolve o papel de mãe, filha, esposa, empresária e super -heroína, com uma entrega na atuação poucas vezes vista igual.

Preparem a imaginação, esqueçam tudo o que sabe até o momento sobre o Multiverso e corra para o cinema para conferir um dos melhores filmes do ano.

por Leandro Conceição

*Texto originalmente publicado no site CFNotícias.

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