Crítica: “Creed III”

Chega aos cinemas a terceira parte de um grande sucesso que surgiu como um título derivado de outra obra cinematográfica de importância sem igual. “Creed III” leva à grande tela muito sangue, suor e lágrimas, ao bom estilo dos títulos de ação e boxe, para o delírio dos fãs do gênero.

“Creed” é derivado da famosa franquia “Rocky”, que, desde 1976 – quando foi estrelada e roteirizada pelo ator Sylvester Stallone – ganhou o mundo com seu enredo dramático sobre a vida de um lutador humilde que aspirava competir nas grandes lutas de boxe. A chance veio pelo Campeão Mundial de Pesos Pesados, Apollo Creed (Carl Weathers), pai do personagem principal do longa que estreia hoje, Adonis Creed (Michael B. Jordan).

A série “Rocky” contou com seis produções mais as derivações “Creed” e “Creed II”, quando Stallone atuou e produziu as obras, mantendo a mesma linha de sua criação inicial, que mostra o dia a dia de um lutador de boxe desacreditado pela mídia e público, mas que, com muita garra, consegue seu lugar entre os melhores do mundo.

Em “Creed III”, temos uma ruptura desta sequência de continuações, pois não há a participação de Sylvester Stallone, que, em declaração oficial, disse que a decisão partiu dele, pois não via um espaço para o seu personagem Rock nesta nova história.

Na minha opinião, este é o único ponto negativo da produção, pois Rocky Balboa, em todas essas décadas, inspirou e motivou dezenas de pessoas com seus filmes e garra nas lutas, por nunca desistir, e agora vemos uma ruptura do padrão que poderá deixar os fãs chateados.

Peço que tenha em mente o seguinte: “Creed III” é excelente, continua com a temática de buscar a vitória e conquistar seu lugar no mundo, só que agora com o foco em um novo herói, Adonis Creed (Jordan) que pretende modernizar e trazer para os dias atuais o enredo que rendeu a “Rocky – Um Lutador” seu lugar na história do cinema.

A trama nos apresenta Creed (Jordan) aposentado, estabilizado financeiramente, ao lado de Bianca (Tessa Thompson), uma esposa independente e talentosa, e Amara (Mila Davis-Kent), uma filha inteligente e muito perspicaz, que permitem que possa se dedicar a sua nova profissão como agente e representante de novos talentos do boxe.

Mas, o que ele não esperava, é que uma pessoa de seu passado ressurgisse, exigisse um lugar no panteão de estrelas do esporte e que fará de tudo para tentar destruir sua felicidade e conquistas.

O seu antigo amigo de infância Damian (Jonathan Majors) chega querendo sangue e glória às custas de qualquer um. Agora o ex-lutador e campeão mundial deverá lutar mais uma vez, para assegurar sua paz e a de sua família.

É a estreia de Michael B. Jordan como diretor e ele arrasa em suas ideias e linha de trabalho, que permite perceber a manutenção do que foi feito na história iniciada por Sylvester Stallone, mas com suas próprias visões de como a produção deve seguir nesta nova fase.

“Creed III” é uma transição entre o passado e o futuro de uma franquia que alimenta os sonhos e esperanças de gerações de fãs e não decepciona o legado que existe.

Vá ao cinema preparado para acompanhar uma história de superação, amizade, família e muita luta no ringue da vida.

por Clóvis Furlanetto

*Texto originalmente publicado no site CFNotícias.

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